O presidente russo, Vladimir Putin, condenou em palavras o ataque israelense ao Irã, enfatizando que ele foi realizado em violação à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional. As declarações de Putin foram feitas durante conversas telefônicas com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Além disso, em seu contato com Netanyahu, Putin enfatizou a importância de “retornar ao processo de negociação e resolver todas as questões relacionadas ao programa nuclear do Irã exclusivamente por meios políticos e diplomáticos” se propondo a ser um “interlocutor” junto a nação persa. Ao contrário desse caminho de inação e covardia própria da demagogia pacifista diplomática o momento exige que o acordo de cooperação militar firmado entre a Rússia e Irã em janeiro seja acionado imediatamente, caso contrário não só o Regime dos Aitolás se fragiliza… pode até cair pelas mãos de Israel. Apesar da heroica resistência militar em curso da nação persa, o Irã não poderá sozinho vencer o enclave sionista armado “até os dentes” pelo imperialismo ianque. Precisa de solidariedade política e ajuda militar efetiva!
Até esse exato momento Israel tem conseguido que a Rússia não ajude militarmente o Irã na guerra em curso, apesar da assinatura de um “Acordo de Associação Estratégico” entre os dois países no início de 2025. Não custa nada lembrar que o Irã tem dois caças Sukhoi (Su-35SE) produzidos pela Rússia que até o momento pelo que se sabe não entraram em combate e não sabemos exatamente onde se encontram. Os dois primeiros jatos Su-35SE foram entregues pela Rússia à Força Aérea Iraniana em 18 de novembro. Inicialmente, o Irã planejava adquirir 25 unidades do Su-35SE para substituir os antiquíssimos F-14A do Esquadrão 81 Tomcat. No entanto, o número foi ampliado para 50 e o país também estava considerando a compra do caça Su-30SME para os próximos 10 anos.
Recordemos que após Putin não atuar firmemente para impedir a queda do regime de Assad na Síria, Israel se fortaleceu na região. Ao avançar contra a Síria, o imperialismo ianque e Israel derrubaram o regime Assad para chegar em melhores de condições de combate contra o seu principal alvo na região, o Irã. O processo de queda do governo de Bashar Al Assad por parte do imperialismo e de Israel, através do apoio a grupos internos “rebeldes” tribais arquirreacionários, representou o plano do Deep State de alterar completamente a chamada geopolítica do Oriente Médio, colocando sob seu controle não só a Síria, mas avançando em sua ofensiva sobre o Hezbollah no Líbano, assentando as bases para o atual ataque militar ao Irã, já que não conseguiu o apoio interno necessário para debilitar o regime nacionalista.
O rápido colapso do governo sírio levantou questões importantes sobre o papel da Rússia neste cenário de franco retrocesso na região. Há quase uma década, a intervenção militar de Moscou em 2015 permitiu ao governo sírio manter a sua autoridade nacional, ao mesmo tempo em que enfrentava um avanço significativo dos “rebeldes” da OTAN. Os ataques aéreos e o apoio logístico russos ajudaram a recapturar territórios importantes.
No entanto, face à ofensiva “relâmpago” dos jihadistas sobre Damasco no final de 2024, e a ausência de uma intervenção russa decisiva ficou evidente uma mudança na posição política de Moscou em relação ao seu aliado histórico, único país fora das antigas fronteiras da URSS, onde a Rússia possuía duas estratégicas bases militares, em contraposição às centenas de bases imperialistas instaladas pela OTAN no mundo inteiro. Putin optou por “lavar as mãos” na Síria, mesmo recebendo vários avisos de alerta de quadros dirigentes do seu próprio governo… também saiu desmoralizado da queda de Assad.
Fizemos esse breve alerta, porque no caso do Irã o acordo com a Rússia prevê, entre outras coisas, “desenvolver a cooperação militar” e se apoiar mutuamente frente a “ameaças à segurança”, conforme o conteúdo do documento de 47 artigos publicado pelo Kremlin após a assinatura. De acordo com o texto, se Rússia ou Irã forem alvo de uma “agressão”, o outro país não forneceria nenhuma “ajuda” ao agressor.
O acordo Rússia-Irã compromete ambas as partes a cooperar em questões de defesa mútua em caso de guerra. O tratado estipula que, se uma parte for atacada, a outra não ajudará o agressor e buscará resolver as diferenças por meios diplomáticos, sugerindo um certo nível de cooperação sem garantir necessariamente intervenção militar direta, o que é um claro equívoco. Embora a Rússia não seja obrigada a enviar tropas para o solo, ela pode fornecer armas, inteligência e apoio logístico ao Irã.
Desgraçadamente nada aponta nesse caminho diante do atual ataque sionista ao Irã! Até quando Putin “lavará as mãos” diante do conflito em curso em que Israel tem o apoio dos EUA em sua sanha contra o regime dos Aiatolás? Agirá como na Síria? Defendemos que Rússia deve acionar imediatamente o acordo de cooperação militar com o Irã e atuar em conjunto contra Israel!
Nessa senda de passividade, o presidente russo enfatizou que a Rússia “continuará a contribuir para a redução das tensões entre o Irã e Israel”. “O lado russo apoiou totalmente os esforços para resolver pacificamente a situação em torno do programa nuclear do Irã e apresentou iniciativas concretas com o objetivo de encontrar acordos mutuamente aceitáveis”, disse ele. Nesse contexto, “foi acordado que o lado russo continuará a manter contatos estreitos com os líderes do Irã e de Israel para resolver a situação atual, que está repleta de consequências muito prejudiciais para toda a região”, diz o comunicado do Kremlin.
Alertamos que se a Rússia deixa passar a destruição do Irã como fez recentemente na Síria com o regime de Assad que foi abandonado por Putin, o próximo alvo do Deep State será Moscou através de sua cabeça de ponte na Ucrânia/OTAN. Não esqueçamos que também a Rússia foi alvo de uma ação militar contra seus caças atômicos da era soviética pelo regime de Kiev sob a orientação da França e Inglaterra.
Reafirmamos a necessidade urgente da Rússia sair em defesa do Irã porque a derrota de Israel abre caminho para fortalecer o eixo da resistência a nível mundial e a luta do proletariado em todos os continentes, caso contrário em um futuro próximo será alvo direto em um grau ainda mais elevado da ofensiva militar imperialista!
Conhecemos muito bem a incapacidade histórica do nacionalismo burguês em levar até as últimas consequências a luta contra o imperialismo, porém em plena etapa de profunda crise de acumulação do capital, e que aponta objetivamente para um período já aberto de pré-III Guerra Mundial, os “vascilos e ilusões” da camarilha restauracionista de Putin diante do imperialismo ianque, podem custar a sobrevivência política do regime pós soviético.
Os Marxistas Leninistas da LBI, mesmo cientes de suas modestas forças militantes, convocam os internacionalistas proletários de todo o mundo a se somarem ao nosso chamado público para que Vladimir Putin passe das palavras de condenação do ataque de Israel aos atos concretos de defesa militar da nação persa!