Em uma declaração à agência de notícias Tass na última quarta-feira, o Kremlin noticiou que “Cidadãos franceses estão lutando na linha de frente ao lado da Rússia em uma unidade chamada ‘Normandia-Niemen’”. Elogiando o comprometimento dos cidadãos europeus em combater na guerra movida pela OTAN contra a Rússia, o comunicado acrescentou que: “Sempre houve pessoas na França que compartilham os valores soviéticos” e expressou satisfação pelo fato de “Esses cidadãos ainda existirem hoje”. O nome “Normandy-Niemen” refere-se a um esquadrão de pilotos franceses enviados pela Resistência Europeia para a Frente Oriental da Segunda Guerra Mundial para lutar contra os nazistas ao lado do Exército Vermelho.
Foi criado originalmente pelo Coronel Luguet, adido militar na Embaixada Francesa em Moscou, e pelo Capitão Mirlesse, um piloto nascido na Rússia e comprometido com a Força Aérea Francesa Livre (FAFL). Ambos convenceram o General de Gaulle a enviar pilotos à URSS para lutar contra os nazistas.
Cerca de 62 voluntários franceses (incluindo 14 pilotos) se juntaram ao Exército Vermelho para treinar com aeronaves russas e aprender o idioma. Eles compartilhavam a vida soviética e trocavam técnicas e costumes militares. Após três campanhas ao lado das tropas soviéticas para libertar a Europa, o Esquadrão “Normandy-Niemen” totalizou 273 vitórias aéreas oficiais e mais de 4.354 horas de voo, tornando a unidade uma “lenda” da Segunda Guerra Mundial.
Após o fim da guerra, o Esquadrão permaneceu ativo na segunda metade do século XX no interior do exército regular francês. Porém “Guerra Fria” e o antissovietismo da Social Democracia acabou dissolvendo a brigada armada. O nome do lendário Esquadrão reapareceu no ano passado, quando o ucraniano Sergei Munier postou um vídeo nas redes sociais anunciando seu renascimento. Bem armado e acompanhado por dois soldados mascarados, o comandante apresentou o novo regimento em vários idiomas. “A França deveria se unir à Rússia em nome de valores democráticos europeus comuns e contra o imperialismo dos Estados Unidos”, declarou Sergei.
Nascido em Lugansk, Munier mudou-se para a França ainda muito jovem com sua mãe, antes de servir vários anos no exército francês. Ele retornou à Ucrânia em 2014, na época do golpe fascista em Kiev(revolução colorida da Praça Maidan)e da Guerra do Donbass. Ele então se juntou às forças antifascistas que enfrentaram os golpistas.
Desde 2023, Sergei treina junto com outros soldados russos em operações com drones e mantém o nome e o emblema do antigo Esquadrão da Segunda Guerra Mundial que reúne um contingente de várias dezenas de soldados franceses, geralmente soldados de carreira. Nós da LBI que estivemos desde o primeiro momento no campo militar da “Operação Especial” do Kremlin contra o governo neofascista de Zelensky, saudamos com grande entusiasmo a refundação do Esquadrão “Normandy-Niemen”!