“NAMORO” ENTRE TRUMP E PUTIN: MOSCOU ESTÁ CAINDO NOVAMENTE NA CANTILENA DO IMPERIALISMO IANQUE…

INTERNACIONAL

Alguém ainda lembra quando Putin pediu até o ingresso da Rússia na OTAN? O resultado prático das “ilusões” do nacionalismo burguês putinista foi que passado algum tempo do início do “affair”, o braço atlantista do imperialismo acabou batendo nas portas da fronteira russa. Mas parece que agora depois da saída do demente Biden, Putin quer reviver o “namoro”, desta vez com o debilitado novo gerente da Casa Branca, o reacionário Trump. Segundo a mídia oficiosa do Kremlin, o presidente russo, e seu “colega” Donald Trump, concordaram em: “Deixar para trás um período absolutamente anômalo nas relações entre os dois países, quando não houve contato mútuo”, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, nesta segunda-feira. Os Marxistas Leninistas conhecem muito bem a incapacidade histórica do nacionalismo burguês em levar até as últimas consequências a luta contra o imperialismo, porém em plena etapa de profunda crise de acumulação do capital, e que aponta objetivamente para um período já aberto de pré-III Guerra Mundial, os “vacilos e ilusões” da camarilha restauracionista de Putin diante do imperialismo ianque, podem custar a sobrevivência política do regime pós soviético.

Para iniciar o “romance”, ou seria melhor dizer a crônica de uma “traição já anunciada”, delegações diplomáticas de alto nível da Rússia e dos Estados Unidos se reunirão na Arábia Saudita na próxima terça-feira com o objetivo de “Restabelecer as relações diplomáticas e avançar em direção a um acordo sobre o conflito na Ucrânia”. O encontro foi proposto na semana passada durante um telefonema entre Vladimir Putin e Donald Trump. Marco Rubio tentará convencer Lavrov das “boas intenções” do imperialismo ianque, embora seu chefe não possa oferecer muito de concreto, posto que o Deep State Ianque está no controle da OTAN, com o respaldo político da esmagadora maioria dos governos “civilizatórios” europeus.

Após uma recente ligação com Putin, o próprio Trump declarou em suas redes sociais que: “Não considerava prático ou provável que a Ucrânia se juntasse à OTAN e descreveu Kiev como improvável de recuperar os territórios perdidos”. Sem dúvida a “isca” da Ucrânia para “fisgar” o Kremlin é bem atrativa, acontece que o novo gerente da Casa Branca blefa muito mais do que realmente tem capacidade de operacionalizar, em termos de estratégia militar dos EUA. Tanto é assim que além das amistosas declarações diplomáticas de ambas as partes, e da ainda remota possibilidade de uma reunião de cúpula entre os dois chefes de Estado, a guerra da Ucrânia vem se acirrando neste mês de fevereiro, sob os auspícios diretos da OTAN, organização criminosa imperialista da qual Trump parece não ter o controle absoluto.

A vontade da aproximação política expressa por Trump em relação a Moscou tem objetivos que vão muito mais além do que a “questão ucraniana”. Para o imperialismo ianque “rifar“ Zelensky agora é um item de “contenção de despesas”, visto que a Rússia já demonstrou no campo de batalha que seu potencial armamentista é muito superior a de qualquer país europeu, inclusive França e Inglaterra. Porém Trump, que sinceramente deseja entregar a Ucrânia em uma “bandeja de prata“ para Moscou (se vai conseguir é outra conversa), mira em pontos bem mais estratégicos, tais como neutralizar a ação contrária da Rússia em uma ofensiva nuclear dos EUA e Israel conta o Irã, ou mesmo partir para transformar Taiwan em uma poderosa base militar do Pentágono nesta região do Oceano Pacífico. Seja qual for o próximo alvo do imperialismo ianque, neutralizar o belicoso “amigo” Putin, seria uma cartada de mestre da Casa Branca.

Trump também está aplicando a mesma tática de “atração dos opostos” na América Latina, e exatamente com o principal suporte político e militar de Putin na região: O presidente venezuelano Nicolas Maduro. Trump já enviou um representante para negociar com Caracas, obtendo grandes avanços no restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países. Naturalmente o Departamento de Estado, chefiado pelo fascista Marco Rubio, pretende “neutralizar” o regime nacionalista burguês chavista para então desferir um ataque letal contra o Estado Operário Cubano, um objetivo central do imperialismo ianque que não vem recebendo, até o momento, “estardalhaço” midiático da Casa Branca, ao contrário da batalha tarifária contra o México, a possível intervenção no Panamá, ou a caçada xenófoba e nazista contra os migrantes.