Dados oficiais obtidos junto ao próprio Banco Central (BC) mostram que o comprometimento da renda das famílias trabalhadoras brasileiras com os serviços de suas dívidas, juros, crediários, amortizações e taxas diversas, nunca esteve tão alto. Segundo relatório de outubro divulgado na última sexta-feira, 29,4% da renda das famílias trabalhadoras é comprometida com o pagamento de serviços de dívidas, um recorde da série histórica acompanhada pelo BC mensalmente. Se desconsiderado o financiamento imobiliário, o patamar permanece alto, em 27,2%. Essa trágica realidade da classe operária é fruto da política econômica neoliberal do governo burguês da Frente Ampla, que que estrangula o proletariado com arrocho salarial e empurra suas famílias a sobreviver as custas do crédito financeiro, gerando lucros bilionárias para banqueiros e rentistas.
De acordo com definição da ciência econômica, o comprometimento de renda é a relação entre o valor correspondente aos pagamentos esperados para o serviço da dívida com o Sistema Financeiro Nacional e a renda mensal das famílias. O aumento desses compromissos é mais um resultado das taxas de juros elevadas e da compressão dos salários. Além destes fatores conjunturais soma-se a crise capitalista estrutural, que cada vez mais concentra a renda em uma pequena elite burguesa e seus assessores políticos mais próximos.
