MOBILIZAÇÃO CONTRA A FRAUDE TOMA AS RUAS DE HONDURAS: NÃO AO GOLPE ELEITORAL PARA IMPOR O CANDIDATO VASSALO DE TRUMP, NASRY ASFURA!

LBI

O ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, do partido nacionalista burguês LIBRE, convocou uma manifestação em todo o país contra a fraude eleitoral durante os próximos dias. Segundo Zelaya, essas ações fazem parte de um esquema para interferir na contagem de votos por dentro, impedir seu andamento e influenciar os resultados finais. Ele denunciou no sábado (27/12) que existem táticas de obstrução dentro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para desconsiderar os resultados municipais e legislativos das eleições de 30 de novembro. Essas ações fariam parte de um esquema para interferir na contagem de votos por dentro, impedindo o andamento da apuração e condicionando a declaração final a um resultado conveniente para o sistema bipartidário e seu lobby nos EUA. Os manifestantes rejeitaram a interferência dos Estados Unidos (EUA) no processo eleitoral, uma vez que o direitista Nasry Asfura foi imposto por Washington via um golpe eleitoral.

Esta denúncia soma-se a todas as denúncias do conselheiro eleitoral do CNE, Marlon Ochoa, e do Partido Libre, referentes às irregularidades e fraudes cometidas na contagem geral, bem como à consumação de um novo tipo de golpe de Estado com a proclamação de Nasry Asfura como presidente  pelas duas conselheiras do CNE que respondem à coligação hondurenha, Ana Paola Hall García e Cossette Alejandra López, sem que a contagem especial tivesse sido concluída.

Neste sábado, enquanto o órgão eleitoral se reunia para definir o mecanismo da contagem especial nos níveis de deputados e municípios, Ochoa assegurou que “persistem 7.901 folhas de apuração com inconsistências no nível de deputados e 2.413 no nível de municípios”, sendo, portanto, ilegal fazer uma declaração sem ter concluído a contagem geral.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras tem até 30 de dezembro para divulgar os resultados completos das eleições, em meio a problemas técnicos e tentativas de sabotar o processo de contagem de votos.

Nesse contexto de crise interna o próprio candidato à presidência de Honduras, Salvador Nasralla, do Partido Liberal, declarou que não aceitará a vitória de seu oponente, Nasry Asfura, nas eleições presidenciais hondurenhas realizadas em 30 de novembro. “Não aplicar a lei é uma forma de traição. Não aceitamos uma declaração que declare um candidato vencedor sem que sejam analisadas as 10 mil denúncias apresentadas pelo Partido Liberal. Dez mil urnas representando mais de dois milhões de votos”, afirmou. “Aceitar a estabilidade do país não significa renunciar à verdade, nem legitimar um processo que configura corrupção. Foi por isso que entrei para a política”, acrescentou o político.

Os membros principais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Ana Paola Hall e Cossette López, e o membro suplente, Carlos Cardona, assinaram a declaração que atestou oficialmente a vitória de Asfura  por uma margem estreita. “Vocês mesmos poderão verificar isso quando esses dois membros do conselho, que traíram o povo hondurenho, viajarem para fora de Honduras nas próximas horas”, afirmou Nasralla.

Zelaya denunciou a fraude eleitoral nos resultados anunciados e interferência direta de Donald Trump e da CIA. As eleições gerais no país ocorreram sob uma intervenção política da Casa Branca em todo processo político. Por sua vez Marlos Ochoa, um dos membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras, confirmou essas manipulações fraudulentas, afirmando que os resultados fornecidos pelo sistema TREP “Carecem de certeza e consistência” e denunciando a falta de acesso público aos resultados já divulgados.

O coordenador geral do partido LIBRE, descreveu a intervenção imperialista nas eleições como “Grosseira, ameaçadora e infame”, acusando Trump de conceder um “indulto” ao ex-presidente Juan Orlando Hernández (JOH), ligado a casos de tráfico de drogas, a fim de influenciar o processo eleitoral interno de Honduras.

Zelaya declarou enfaticamente que não reconhecerá a vitória de nenhum dos candidatos da “oligarquia”, que ela considera “todos iguais” por protegerem aqueles que “não pagam impostos e se apropriaram de 80% da riqueza nacional” e convocou a mobilização permanente até o dia 30 de dezembro. É necessário convocar a greve geral política contra o golpe eleitoral em curso!