A LIT reproduziu a declaração política de sua seção na Venezuela (UST) “Por la defensa de la soberanía de Venezuela! ¡Ningún apoyo al gobierno de Maduro!” (20/10) em que afirma “La UST denuncia la escalada militar de Estados Unidos contra Venezuela y advierte: defender la soberanía no significa apoyar al gobierno de Maduro”. Fica evidente no texto que os Morenistas se recusam a estabelecer a unidade de ação com Maduro contra a intervenção imperialista… enquanto o PSTU do Brasil defende o apoio “crítico” a Lula alegando que o país é alvo da guerra comercial de Trump. A UST coloca no mesmo patamar a agressão imperialista e o governo Maduro atacado pela Casa Branca ao declarar “Derrotemos la amenaza intervencionista imperialista y al gobierno de Maduro.”
Justamente no momento em que a Venezuela é alvo do Pentágono e da CIA,a LIT adota uma conduta que é a completa negação das lições nos legada por Trotsky da defesa incondicional da nação atrasada atacada pelo imperialismo estabelecendo uma unidade tática de ação com o governo, no caso, o regime nacionalista burguês de Maduro! Por sua vez, o PSTU capitula a gerência da Frente Ampla comandada por Lula que acaba de “lamber as bolas” de Trump em busca de um acordo comercial que submete ainda mais o Brasil a dominação econômica ianque!
Lembremos que recentemente o PSTU mergulhou fundo de cabeça na farsa política do governo lacaio da Frente Ampla ter se convertido repentinamente em uma força “anti-imperialista” diante do aumento das tarifas de exportação a alguns produtos brasileiros, impostas pelo atual gerente da Casa Branca. Segundo o artigo de Mariucha Fontana (07.08.2025): “Nessa luta, devemos estar dispostos a fazer unidade de ação com todo mundo que se disponha a enfrentar o ataque, incluindo o governo Lula e quem mais queira participar”.
O PSTU defendeu a necessidade de estabelecer uma “unidade tática de ação” com Lula, justificada por um suposto ataque comercial do governo Trump ao Brasil, e que estaria ferindo a nossa “soberania nacional”. Chegaram a citar o exemplo clássico que Trotsky deu em relação a uma possível intervenção militar dos EUA no Brasil, no início de 1940, com a correta posição de ficar ao lado de Getúlio Vargas contra o imperialismo norte-americano. Todo esse “malabarismo teórico” dos Morenistas para criticar os “sectários que não enxergam a necessidade da frente única” neste momento de “exigências para que Lula rompa com os EUA”.
Como alertamos, fazer apologia da “união nacional” com um lacaio histórico do imperialismo, formado nas agências ianques do sindicalismo pelego e anticomunista e com um largo período de gerência estatal a favor dos interesses econômicos das corporações imperialistas, é um verdadeiro desastre político de traição ao proletariado brasileiro! Lula é um cúmplice ativo do atraso do país e de sua submissão integral diante da Governança Global do Capital Financeiro, qualquer unidade de ação com esse “vende pátria” só poderia ser justificada programaticamente se o país estivesse sendo atacado militarmente por alguma potência imperialista, mas o fato da tarifação comercial norte-americana (que foi em grande parte revogada pelo próprio Trump) está muito longe de significar isso!
Os Morenistas vêm fazendo uma campanha em defesa da soberania nacional do Brasil diante da suposta “guerra comercial” de Trump. Nessa senda estabeleceram uma “unidade tática de ação” com o governo Lula e a gerência burguesa da Frente Ampla.
Esses mesmos revisionistas, diante da ameaça concreta de um real ataque militar do imperialismo ianque contra a Venezuela (deslocamento da frota naval, marineres transitando para o Caribe, CIA em aberta operação no continente) negam-se fazer frente única de ação anti-imperialista com o regime nacionalista burguês chavista. Não satisfeitos, a seção da LIT na Venezuela (UST) agita em plena ameaça de enfrentamento bélico direto com o Pentágono “Fora o governo Maduro”, ou seja, nesses dias de outubro vem fazendo o jogo canalha da oposição golpista e da Casa Branca em um sectarismo contumaz.
Enquanto Lula faz demagogia junto a população de “defensor da soberania nacional” e por trás das câmeras é um agente dos interesses das corporações econômicas imperialistas como revelou o encontro com Trump, o governo nacionalista burguês bolivariano enfrenta uma série de sanções criminosas impostas pelos EUA ao longo das últimas décadas.
O cenário político que está desenhado pela Casa Branca pode administrar tranquilamente as “rusgas” comerciais com o governo neoliberal da Frente Ampla brasileira como vimos na reunião de hoje entre Lula e Trump, porém quando se trata de qualquer obstáculo real, por menor que seja, aos planos expansionistas do imperialismo ianque, os atritos assumem outro caráter, o bélico!
“Esquecem” os Morenistas que enquanto a Casa Branca organiza a provocação militar contra o regime nacionalista burguês, encabeçado por Nicolas Maduro, a CIA enviou um de seus aviões “espiões” ao Brasil, recebendo autorização do governo neoliberal da Frente Ampla para aterrissagem em nosso território. Esta mesma aeronave, ou um modelo similar, que está equipada para reabastecimento no ar e dispõe de radares de alta precisão militar, é largamente utilizada pelos EUA para ações de mapeamento aéreo de combate naval, exatamente como o Pentágono está planejando contra a Venezuela.
A LBI, ao contrário dos revisionistas do Trotskysmo, alerta que no momento da maior demagogia populista da Frente Ampla em torno da suposta “defesa da soberania nacional”, colaborar diretamente com as ações provocadoras da Casa Branca contra uma nação irmã, é absolutamente repugnante de temos a obrigação de denunciar. Mas os Morenistas alegam pateticamente que Lula é que é alvo de Trump e não Maduro!
Para o PSTU a cumplicidade do governo Lula com o imperialismo ianque na área militar parece não ter a menor importância, afinal defendem o “Fora Maduro” e o governo Lula sequer reconheceu os resultados das eleições presidenciais venezuelanas que deu a vitória ao PSUV, copiando a posição da Casa Branca.
Em resumo rompe com o ABC do Trotskysmo, que defendeu combater de armas na mão o imperialismo quando se enfrentam no terreno militar com os governos semicoloniais.
A LIT por sua vez declarou no tópico de sua declaração sobre a Venezuela “A resposta de Maduro, o falso antiimperialismo” (23/08) que “Com tudo isso, Maduro ostenta um falso anti-imperialismo, enquanto continua a entregar nossa soberania, recursos petrolíferos, hidrocarbonetos e minerais a corporações transnacionais imperialistas como a Chevron, bem como a Barrick Gold e a Gold Reserve no Arco Mineiro do Orinoco (AMO), enquanto isenta empresas imperialistas nos negócios de importação de petróleo e alimentos do pagamento de imposto de renda e aplica um ajuste brutal contra os trabalhadores venezuelanos, a quem continua a sofrer miséria e dificuldades, ganhando um salário mínimo mensal de menos de US$ 1, com acordos de negociação coletiva congelados e todos os seus direitos trabalhistas, sindicais e sociais violados”.
O mais contraditório nos Morenistas é que enquanto a “ortodoxa” LIT recorre as críticas ao governo Maduro (muitas das quais estão corretas) as utiliza como pretexto para não estabelecer a frente única com o regime nacionalista burguês venezuelano contra o imperialismo ianque. No Brasil, em que Lula é um aberto entreguista, o PSTU já estabeleceu a “unidade de ação tática” com a gerência burguesa da Frente Ampla, tanto que sua direção escreveu o artigo “Brasil: Sobre o sectarismo, o oportunismo e as relações com o governo Lula na luta contra Trump” (15/08). São claramente “dois pesos e duas medidas”, a diferença que desnuda a capitulação do PSTU ao lulopetismo é que a ameaça militar a Venezuela é real e a suposta “guerra comercial” de Trump contra o Brasil não passa de “brincadeira de criança” diante da ofensiva bélica do Pentágono contra o governo Maduro. Quem é o sectário e o oportunista nos dois casos da luta de classes?
Em nenhum momento em meio a suposta “guerra comercial” com Trump no Brasil o PSTU agitou o “Fora Lula”, ao contrário, prega a unidade tática de ação com o petista e ataca quem não segue essa linha de colaboração de classes acusando-nos de “sectários”. Desgraçadamente, quando se trata da Venezuela a “sectária” LIT defende em meio ao conflito militar em curso o “Fora Maduro” ao declarar “Somente derrubando o governo Maduro, por meio da mobilização autônoma e independente dos trabalhadores e dos setores populares, será possível desenvolver um anti-imperialismo consistente”.
Como Trotsky pontuou oportunismo e sectarismo adam juntos, são dois lados da mesma moeda! No Brasil a oportunista LIT é satélite do lulopestimo… na Venezuela os “sectários” Morenistas são apêndices da oposição de direita se negando a estabelecer a frente única com Maduro contra a ameaça militar ianque!
Fica evidente que os Morenistas se negam de fato a convocar a classe operária brasileira e internacional a cerrar fileiras em defesa da integridade territorial da Venezuela e de seu governo constituído, e negam-se a convocar o movimento de massas a ganhar as ruas exigindo a retirada imediata da frota naval de guerra dos EUA do nosso continente em unidade de ação com o regime nacionalista burguês chavista. Unidade tática de ação contra o imperialismo ianque só serve para o Brasil de Lula!!!
Em um caminho oposto ao adotado pelos Morenistas, os genuínos trotskystas não podem se omitir diante desta verdadeira provocação do “Grande Amo do Norte” contra um país soberano da América Latina, por maiores que sejam nossas diferenças programáticas com o regime nacionalista burguês, hoje presidido por Nicolas Maduro.
Desgraçadamente enquanto a exquerda reformista e os revisionistas do PSTU proclamam os “atritos comerciais” aduaneiros entre os governos Trump e Lula como sendo uma “grande luta patriótica” do governo da Frente Ampla que acaba de se se ajoelhar em busca d de um acordo com Trump, simplesmente deixam passar incólume essa agressão norte-americana contra um país imperializado.
Os Trotskystas não podem hesitar nem por um momento em que campo militar devem combater no enfrentamento entre a Venezuela Chavista e o criminoso governo Trump, estaremos ao lado na nação imperializada contra o imperialismo ianque. Não podemos utilizar as críticas ácidas e justas que fazemos contra a política capitalista do presidente Maduro, como uma justificativa sórdida para defender a “neutralidade” diante deste conflito de dimensões continentais para toda a classe operária latino-americana.
Somente os ratos Morenistas da LIT/PSTU e afins, que emporcalham a bandeira da IV Internacional, não irão se colocar na trincheira da luta do país semi-colonial contra a ofensiva militar do imperialismo, assim como fizeram recentemente na Síria. Para estes vermes da esquerda revisionista, Maduro, Assad ou no passado Kadafi, deveriam mesmo ser derrocados pelas forças armadas dos EUA, porque seriam “ditadores”… mas o Pentágono, OTAN, CIA e o MOSSAD seriam organismos mais “democráticos”…
Reiteramos mais uma vez, que os Marxistas Leninistas da LBI nunca estabeleceram nenhum vínculo político ou material com o regime nacionalista burguês Bolivariano, porém sempre estiveram na linha de frente na defesa da Venezuela contra os diversos ataques que vem sofrendo pelo imperialismo ianque ao longo de quase três décadas.
