A LIT deu uma nova prova que caminha a passos largos em se converter integralmente em uma corrente política socialdemocrata. A degenerada direção Morenista deu um passo ainda mais largo em sua capitulação ao reformismo e agora chama Lula a “seguir o exemplo” do governo imperialista da Espanha na suposta defesa da Palestina! Nesse caso, a LIT com seu revisionismo vulgar é protagonista de um escândalo político duplo, mente e capitula tanto diante da gerência burguesa da Frente Ampla no Brasil semicolonial como do governo imperialista comandado pelo PSOE de Pedro Sánchez, patrocinando nefastas ilusões que ambos demagogos socialdemocratas (que não moveram um dedo no real combate a Israel) são aliados de fato da causa palestina.
Segundo a LIT “Lula tem que seguir o da Espanha e enviar barcos para proteger a Flotilha” e conclui “Diante desses ataques, é preciso exigir que todos os governos se posicionem imediatamente — começando pelo governo Lula — e que façam como Itália e Espanha, que enviaram fragatas para servir de escolta à flotilha.” Como vemos a LIT trata de patrocinar uma farsa completa, tanto em um país semicolonial governado pelo PT como em uma nação imperialista sob a gerência da PSOE. Em ambos os casos Lula e Sánchez são exemplos evidentes da demagogia do reformismo em relação a causa palestina, com a dupla se negando a enfrentar em atos concretos o sionismo armado até os dentes pelo imperialismo ianque, ambos se limitando a proferir palavras ocas e derramar lágrimas sem qualquer ato efetivo na realidade.
Comecemos pelo governo de Pedro Sánchez que atua de fato como uma barreira de contenção para a luta de massas, sendo um aliado objetivo do sionismo. O demagogo socialdemocrata encenou teatralmente a formalização de um decreto com “nove medidas emergenciais” que vão do apoio à flotilha até ajudas humanitárias e a proibição de trânsito de combustíveis e material bélico para o exército israelense. Na realidade tudo não passou de um engodo midiático: o governo espanhol não fez um embargo profundo, nem sequer no âmbito militar até porque é um país membro da OTAN sem qualquer autonomia bélica e mesmo política… por isso a tal proteção a flotilha é uma ficção. O documento estabelece, por exemplo, que o governo pode decidir por “exceções ao embargo” para proteger “interesses nacionais” de forma geral. Com base nesta cláusula, a Espanha poderá autorizar novas exportações e importações em relação a Israel e não revogar as autorizações destas movimentações que estiveram vigentes antes do decreto real. O embargo a Israel não afeta os contratos de armamento já existentes com empresas israelenses, que totalizam mais de 2 bilhões de euros, pois o decreto real não os menciona.
A LIT “esquece” que o PSOE é um partido historicamente ligado à monarquia, seu governo é completamente submisso à OTAN e aos interesses do capital espanhol, não pode e não quer romper com o sionismo. Sua política é a de “conter o ímpeto” do movimento de massas, oferecendo migalhas simbólicas (como o tardio “reconhecimento” do Estado palestino) para evitar que a luta avance para eixos de luta mais profundos e radicalizados, exigindo através de ações de massas por exemplo a saída da OTAN, o real rompimento econômico com Israel e o apoio à resistência armada palestina. A LIT, longe de denunciar esse embuste montado pelo PSOE, trata de dar um verniz de “esquerda” a essa operação de engano político e vai além… chamando pelego-traidor Lula a fazer o mesmo teatro!
Contra esse tipo de farsa, o próprio Hamas denunciou que os “governos imperialistas reconhecem o Estado palestino somente para aliviar pressões” e foi além, desmascarando que o recente reconhecimento do Estado Palestino por vários governos imperialistas ocidentais significa “Mais uma resposta à redução da pressão internacional do que um apoio genuíno ao povo palestino”. Osama Hamdan, representante do Hamas no Líbano, alertou inclusive que alguns governos “progressistas” recorrem ao reconhecimento do Estado Palestino para escapar da imposição de sanções efetivas contra os ocupantes israelenses. O dirigente do Hamas pediu sanções reais contra o regime sionista israelense por seus crimes contra os palestinos e enfatizou que “O reconhecimento da Palestina não tem valor real enquanto medidas concretas não forem tomadas para deter a agressão israelense contra a Faixa de Gaza”.
Ao contrário dos verdadeiros defensores da causa palestina (como o Hamas e a Jihad islâmica que de armas na mão defendem heroicamente Gaza contra os ataques do enclave sionista), a LIT patrocina duplamente ilusões no governo do PSOE e em Lula (PT), declarando “O governo brasileiro dispõe de um arsenal de ações que pode acionar com urgência — pressão diplomática, comercial, entre outras, inclusive para proteger os brasileiros que integram a Flotilha. É hora, mais do que nunca, de pressionar Lula a ir além da retórica e romper todas as relações com o Estado racista e genocida de Israel”.
Lula nunca fará tal ato suplicado pelos Morenistas, o vassalo petista é um mero capacho dos interesses imperialistas, sendo um tradicional apologista da “solução” dos “Dois Estados” para a questão Palestina. Vale lembrar que a defesa dos “Dois Estados” é levantada na ONU pelas principais potências imperialistas, incluindo o próprio EUA, e até mesmo seus “cães de guerra” sionistas de Israel.
Com relação ao Brasil de Lula, dados da oficiais da plataforma governamental ComexStat mostram que o Brasil exportou US$ 662 milhões em produtos para Israel em 2023. No mesmo período o Brasil importou US$ 1,35 bilhão em produtos israelenses, sendo que os dois principais itens são insumos para o agronegócio, além de equipamentos militares.
Fazendo um simples cálculo aritmético vemos que o déficit da balança comercial brasileira em relação ao enclave sionista chega perto de 800 milhões de dólares por ano. Mesmo com essa relação totalmente desvantajosa economicamente ao nosso país, o governo burguês da Frente Ampla se recusou a romper relações diplomáticas e comerciais com o gendarme terrorista judeu, isso sem falar na humilhação pública internacional que o governo nazisionista de Netanyahu submeteu o Brasil e também o próprio Lula.
Fica cristalino, menos para a LIT obviamente, que a demagogia populista do lulopetismo em relação ao genocídio do povo palestino é simplesmente um discurso vazio de conteúdo… Desgraçadamente a LIT/PSTU e a totalidade da esquerda revisionista patrocinam a “fábula” de um “Lula antissionista”, pedindo ingenuamente que o Itamaraty rompa relações com Israel.
Não custa lembrar que em termos de volume econômico internacional os valores do déficit brasileiro não são grandes, mas qualquer perda de receitas financeiras para Israel poderia representar uma crise nas contas públicas do enclave sionista. Isso sem falar em um possível efeito multiplicador para outros países que por ventura rompessem suas relações comerciais com Israel, que por ser um “Estado artificial” tem que importar quase tudo para seus habitantes.
Muito além do “barulho midiático” contra o enclave sionista de Israel, nem Lula e tampouco nenhum parlamentar petista, mesmo a ala considerada “esquerda” do partido, propôs no Congresso Nacional a ruptura de relações do Brasil com o gendarme terrorista judeu, ao contrário senadores do PT votaram pelo “Dia da amizade Brasil-Israel”!
Enquanto o Hamas combate heroicamente as forças militares do genocida Netanyahu, as organizações da exquerda revisionista como a LIT/PSTU “esqueceram” de publicar em suas declarações políticas qualquer menção que diga respeito a Resistência Armada Palestina. É como simplesmente não existisse o Hamas e a Jihad Islâmica, além de outras frações guerrilheiras palestinas. Como é possível conquistar a “Palestina do rio ao mar” como apregoam os Morenistas sem apoiar a resistência armada e, ao contrário, patrocinando ilusões em governos reformistas e socialdemocratas que não ousam enfrentar o sionismo?
O que realmente é mais abominável na política pacifista dos revisionistas em relação ao combate da Resistência Palestina, é que se limitam a reverenciar a iniciativa da “Flotilha da Solidariedade” rumo a Faixa de Gaza que leva necessária ajuda humanitária… mais realça sempre nos barcos que trata-se de um apoio “não violento” (leia-se pacifista) a causa palestina. Além de pedirem para que o covil de bandidos da ONU e os governos burgueses consigam “parar o genocídio” e “rompam relações diplomáticas com Israel”, os revisionistas da LIT comemoram cada frase demagógica de Lula e Sánchez em “favor do reconhecimento da Palestina”, mas que não tem qualquer implicação material, militar, comercial concreta contra o governo sionista do carniceiro Netanyahu.
A única forma da destruição do Estado artificial de Israel é pela via militar, ou seja, da guerra dos povos árabes e palestinos contra os ocupantes sionistas, por essa razão os Trotskystas estão em frente única de ação com esses povos, governos e organizações não estatais das quais temos profundas diferenças políticas e programáticas, mantendo sua independência política e liberdade de crítica, mas sem abrir mão da necessária unidade militar na trincheira de combate contra o sionismo. Se a LIT sequer apoia as ações diretas de guerrilha da Resistência Palestina, será que os Morenistas pretendem aniquilar o enclave judeu com patéticos apelos à ONU, Lula e Sánchez?
Desgraçadamente enquanto a exquerda burguesa, com o apoio entusiasta dos revisionistas da LIT, organizam midiáticas “Flotilhas do Amor a Gaza” omitem completamente a solidariedade política e material ao Hamas e Jihad Islâmica, organizações dirigentes da luta armada para derrotar os genocidas sionistas que estão sendo brutalmente atacadas nesse momento em Gaza junto com a população civil!
Como provamos neste artigo a LIT cometeu um escândalo político duplo no Trotskysmo ao chamar Lula a “seguir o exemplo” do governo imperialista da Espanha na defesa da palestina, mentindo e capitulando a ambos… não por acaso sua fétida adaptação ao reformismo provocou a recente explosão da corrente Morenista no Brasil e a nível internacional, se convertendo em seu giro socialdemocrata em patrocinadores descarados de nefastas ilusões na gerência burguesa do PT e no governo imperialista do PSOE!