O Secretário de Saúde do presidente Donald Trump, Robert Kennedy Jr., desencadeou um debate científico e global sobre saúde ao afirmar que tomar paracetamol ou acetaminofeno durante a gravidez poderia causar autismo ou outros transtornos ao organismo em formação dos fetos. “Os médicos serão notificados sobre o uso de (…) acetaminofeno, comumente conhecido como Tylenol. Durante a gravidez, ele pode estar associado a um risco muito alto de autismo. Portanto, tomar Tylenol não é bom”, declarou o governo dos EUA. Os “comentários” do Secretário de Saúde, Kennedy Jr., um ferrenho opositor das vacinas experimentais da Big Pharma, se basearam em pesquisas científicas muito rigorosas, feitas de forma independente das grandes corporações imperialistas farmacêuticas.
A “comoção” da Big Pharma foi imediata. A Kenvue, grande corporação farmacêutica que produz o Tylenol nos EUA, no Brasil é comercializado pela Jansen, se posicionou por meio de sua Porta-voz, Melissa Witt, que, segundo um artigo no The New York Times, explicou que a empresa está convencida de que “ciência sólida demonstra que tomar paracetamol não causa autismo”. Melissa também alertou que tais “sugestões colocam em risco a credibilidade da empresa”. Melissa só não explicou porque a Kenvue, uma subsidiária da Jonhson&Jonhson, retirou sua primeira recomendação pública contra o uso do seu próprio medicamento durante a gravidez.
A controvérsia cientistas levou ao ressurgimento de uma publicação de 2017 da empresa farmacêutica nas redes sociais: “Na verdade, não recomendamos o uso de nenhum de nossos produtos durante a gravidez”. O contexto da declaração oficial da Kenvue é atualmente desconhecido, pois a publicação da corporação foi removida pelos seus controladores norte-americanos.
Agora, o site oficial do Tylenol publicou uma outra explicação para refutar as denúncias de Kennedy, com base em supostos estudos do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, da Sociedade de Medicina Materno-Fetal, da Fundação de Ciência do Autismo e da Academia Americana de Pediatria. Não precisamos falar que os novos relatórios isentando o uso do Tylenol para consequências adversas, foram muito bem remunerados pela Bigpharma.
Pesquisas científicas recentes surgiram relacionando o consumo do Tylenol a efeitos no neurodesenvolvimento infantil. As recentes descobertas alimentaram o debate entre cientistas que não estão na “folha de pagamento” dá Jonhson&Jonhson. Uma análise de 22 estudos, publicada na Pediatric and Perinatal Epidemiology, concluiu que a exposição pré-natal ao paracetamol estava associada a um risco maior de TDAH em crianças, um marcador que aumentou com a exposição mais longa ao medicamento.
Como não poderia de perder a oportunidade para mostrar sua submissão diante das corporações farmacêuticas imperialistas, o governo burguês de Lula, através de seu Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, saiu logo em defesa do Tylenol, mesmo sem apresentar nenhuma investigação científica brasileira sobre o medicamento.