O que vimos hoje (28/10) na mega-operação policial no Rio de Janeiro que deixou até agora um saldo de mais de 60 mortos é o que podemos chamar de uma “guerra” das facções burguesas que controlam o crime organizado e gerenciam o governo fluminense de Cláudio Castro (PL) no sentido de reorganizar o controle do mercado de drogas e negócios milionários (postos de gasolina, bebidas, internet, distribuição e venda de gás). O suposto combate ao CV nada mais é que uma cortina de fumaça para que Castro tenha maior poder de negociação na parceria que tem com o chamado “crime organizado” e de quebra desmoraliza o governo Lula (PT) e seu patético ministro da Justiça, Ricardo Levandowisk, além de negociar em melhores condições o apoio a Eduardo Paes (PSD) em sua candidatura ao governo estadual. Nessa disputa a maior vítima são os trabalhadores e o povo pobre dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O crime organizado não é uma anomalia dentro do sistema capitalista, algo que possa ser de fato suprimido dentro dos limites do estado burguês. A verdade é que a polícia e todo o aparato de segurança pública são os verdadeiros gestores da criminalidade, decidindo quem, como e onde pode atuar. Nos bairros pobres e operários, o crime é tolerado e apenas de tempos em tempos a polícia realiza uma operação para demonstrar força, cujo saldo costuma ser de muitas vidas inocentes perdidas. Nos bairros ricos, um jovem negro pode ser detido por simplesmente caminhar na rua.
Nós marxistas revolucionários defendemos a destruição de todo o aparato policial do estado burguês, montado para defender a propriedade privada dos meios de produção. Por esta mesma razão não advogamos pela “democratização” da instituição policial e tampouco pela suposta “desmilitarização” da PM.
Diante de qualquer ameaça de hordas marginais (CV) ou do recrudescimento institucional da violência estatal como vem fazendo Cláudio Castro aos trabalhadores e explorados, como assistimos hoje, a classe operária deve responder com sua própria organização militar, materializada politicamente na criação de comitês de autodefesa diante da repressão e na intensificação da agitação de massas contra a barbárie capitalista.
Esta plataforma separa como água e óleo os genuínos marxistas dos sociais democratas (assumidos ou não) que acreditam na reforma das instituições deste regime burguês. Como Leninistas sabemos muito bem que a polícia em seu conjunto deve ser encarada como inimiga de classe do movimento operário, o que contempla não prestar apoio ação de seus membros e muito menos as facções do crime organizado.
A classe trabalhadora e o povo pobre não pode continuar indefeso contra a violência organizada do Estado capitalista e seus bandos mafiosos como o CV, PCC… Precisa organizar comitês de autodefesa pela expulsão do aparato repressivo das favelas, pela destruição das polícias e o controle dos morros e favelas pelos trabalhadores organizados.
A única palavra de ordem capaz de nos tirar dessa lama e do terror é a que pede o fim da PM, sem quaisquer ilusões no aparato de repressão do estado burguês e com total confiança na capacidade da classe trabalhadora de organizar sua autodefesa em milícias operárias e expulsar o tráfico de drogas das comunidade, que não passa de um milionário negócio capitalista!
