Um dos principais comandantes militares da China, o general de exército He Weidong, foi demitido pelo presidente Xi Jinping e será processado por corrupção e abuso de poder, anunciou o Ministério da Defesa Nacional na última sexta-feira. O comandante restauracionista em questão é o General He Weidong, membro do Politburo, o principal órgão executivo do suposto Partido Comunista Chinês, composto por 24 membros, e ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, que controla as Forças Armadas. He Weidong ocupava o terceiro lugar na hierarquia militar chinesa, atrás apenas um posto do presidente Xi Jinping. A mais recente purga no seio do “núcleo duro” dos ex-maoístas, hoje todos convertidos em gerentes estatais da Governança Global do Capital Financeiro, não é um fato isolado na China proto-imperialista. É parte de um largo processo histórico de conversão ideológica da camarilha restauracionista de Deng Xiaoping em estafetas do imperialismo mundial, que diante da bancarrota econômica dos EUA em meados dos anos 80, decidiu investir pesadamente no gigante asiático, para potencializar a extração de mais valia do qualificado proletariado chinês. Assim o antigo Estado Operário Burocratizado, demolido em suas bases programáticas “por dentro”, se transformou rapidamente na segunda economia mundial capitalista.
O expurgo ocorre dias antes da quarta sessão plenária do Comitê Central do “Partido Comunista”, que pretende consolidar a unidade programática “pró-mercado” e discutir um plano econômico quinquenal crucial, em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos.
De acordo com o informe da mídia “chapa branca” chinesa, He Weidong é o primeiro membro em exercício do Politburo a enfrentar uma investigação deste porte. O general também é o terceiro membro da Comissão Militar Central a ser destituído, desde que esta composição interna do partido assumiu o comando das Forças Armadas em 2022. Outros oito generais também estão sob investigação por “violações graves da disciplina do partido” e foram punidos de forma semelhante, declarou o Porta-Voz do governo, Zhang Xiaogang.
O presidente Xi Jinping fez da “luta contra a corrupção” um dos eixos publicitários demagógicos fundamentais do seu governo, tentando ocultar das massas proletárias chinesas a profunda degeneração moral e material dos principais quadros dirigentes do PCC, atolados até a medula na “nova vida” burguesa do capitalismo “controlado” chinês. Enquanto esse processo de decomposição ideológica avança no “andar de cima”, a classe operária está submetida a uma duríssima disciplina laboral repressiva, elogiada pela exquerda reformista como um “controle tecnológico policial de primeiro mundo”.