Uma unidade militar de elite (Corpo de Pessoal e Serviços Administrativos e Técnicos do Exército) assumiu o controle do governo central em Madagascar, após a deposição do presidente Andry Rajoelina, um lacaio do imperialismo francês, e que foi evacuado do país africano em um avião enviado pelo governo Macron. “Assumimos o poder a partir de hoje”, declarou o chefe militar, Michael Randrianirina, em um discurso no palácio presidencial.
O alto comando militar anunciou a dissolução do Senado, do Supremo Tribunal Constitucional e de outras instituições governamentais, mas declarou que a Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, continuaria funcionando.
Os multitudinários protestos de massas ocorridos nos últimos dias na grande ilha africana, levaram a Assembleia Nacional a remover Andry Rajoelina do seu posto presidencial, votando nesta terça-feira, por ampla maioria, pelo impeachment de Rajoelina.
Desde o dia 25 de setembro, milhares de trabalhadores malgaxes, na maioria jovens, têm saído às ruas para exigir o fim dos cortes de água e eletricidade e denunciar um sistema político assolado pela corrupção e impunidade das oligarquias dominantes.
O movimento de massas, que já derrubou o governo títere de Paris, deve exigir agora a retirada completa do exército imperialista francês da Ilha Grande e das Ilhas esparsas. É necessário forjar organismos de poder operário, que arme a população rebelada, na perspectiva da construção de uma alternativa revolucionária e socialista, totalmente independente dos militares golpistas.