“REVOLUÇÃO COLORIDA” NO NEPAL: CONSTRUIR UMA DIREÇÃO INDEPENDENTE E PROLETÁRIA!

INTERNACIONAL

Um violento protesto no Nepal na última segunda-feira contra o bloqueio das plataformas de mídia social determinado pelo governo neoliberal para que cumprissem a obrigação de se registrarem no país, aliás, já cumprida, por exemplo, pelo TikTok, degenerou num caos violento que se estendeu pela terça-feira (09/09), com manifestantes invadindo o parlamento e com cartazes em inglês “Wake Up” e “Youth Against Corruption”, exigindo a renúncia do Primeiro-Ministro Khadga Prasad Sharma Oli com cenas de fascismo explícito, com casas sendo saqueadas e queimadas, o gabinete do presidente nepalês incendiado, e delegacias depredadas. Nos protestos da assim chamada “Revolução Colorida”já morreram 22 pessoas e centenas ficaram feridas. Os adeptos da revolução colorida não disfarçaram sua origem, levavam cartazes em inglês, produzidos pela embaixada norte-americana.

A proibição das redes sociais no país foi apenas o gatilho para um mal-estar mais profundo. A faísca foi a proibição. O combustível foi a economia política. A explosão social se baseia na profunda crise capitalista estrutural do país, que combina uma alta dependência de remessas, que em 2024 atingiu 33% do Produto Interno Bruto (PIB), com uma emigração maciça que, no último ano fiscal, resultou em pelo menos 839.266 autorizações de trabalho para estrangeiros.

No entanto, a renúncia do governo neoliberal não levou a uma saída operária e popular. Em vez disso, o estado de sítio permanece em vigor, e os atores inclinados a restaurar a monarquia buscam retomar o poder após terem sido derrubados em 21 de novembro de 2006 por rebeldes maoístas após uma guerra civil de 10 anos. É a direita pró-imperialista que está na cabeça das ações violentas e pretende instaurar um regime de subserviência do Nepal aos EUA.

Portanto o movimento de massas precisa combater frontalmente as lideranças reacionárias da famigerada “revolução colorida”, com um claro programa socialista, construindo uma direção operária e popular para coordenar as ações diretas das manifestações políticas contra o governo.