REBELIÃO OPERÁRIA NA FRANÇA: É PRECISO COLOCAR ABAIXO O GOVERNO DO “CIVILIZATÓRIO” MACRON “AMIGÃO” DE LULA

LBI

Neste 10 de setembro, o proletariado na França vive um dia de mobilização massiva sob o lema “Bloquons tout” (Bloqueiem Tudo), um movimento operário e popular que busca paralisar o país em protesto contra os cortes sociais propostos pelo governo do Primeiro Ministro François Bayrou, que renunciou após perder um voto de desconfiança na Assembleia Nacional em 9 de setembro. Apesar de sua saída e da nomeação de Sébastien Lecornu como novo Primeiro-Ministro, os massivos protestos continuaram, refletindo um descontentamento político e social que transcende as mudanças meramente institucionais. Nesta quarta-feira, bloqueios, greves e manifestações ocorrem em todo o país, que precisam ser dotadas de um norte programático da construção de uma alternativa de poder frente ao governo “civilizatório” do neoliberal Emmanuel Macron.

“Não é apenas Bayrou que deve cair, mas todo o sistema podre,” os manifestantes em Paris gritaram durante todo o protesto. “Estamos fartos de sermos explorados, agora é a hora de atacar com força,” foi o bordão político dos manifestantes nas principais cidades francesas. Sob gás lacrimogêneo, em Paris e em várias outras cidades, a população francesa saiu às ruas e houve duro enfrentamento com a polícia de repressão do “civilizatório” Macron.

Nas cidades de Paris, Nantes, Marselha, Lyon e Montpellier, centenas de manifestantes bloquearam estações de ônibus, escolas e ruas pela manhã desta quarta-feira. Essas ações de massas foram seguidas por grandes manifestações populares que atraíram dezenas de milhares de trabalhadores.

A jornada greves e protestos ocorre em um contexto de profunda crise política e econômica do imperialismo francês. A renúncia de Bayrou, após perder um voto de confiança, e a nomeação de Sébastien Lecornu como novo Primeiro-Ministro refletem a instabilidade do governo de Emmanuel Macron, que enfrenta sua quarta mudança de Primeiro-Ministros em menos de um ano.

Esse vácuo de poder político alimentou o descontentamento e a rebeldia popular com milhões de manifestantes, comparando a situação atual com a crise dos Coletes Amarelos de 2018. Agora a questão que se coloca para o proletariado é forjar uma direção revolucionária para superar as lideranças sindicais burocráticas e os partidos da “centro-esquerda” burguesa, que atuam para trair o movimento operário.