Trabalhadores que montam os caças ianques (aviões para o setor militar) da corporação “Boeing Defense” no Missouri e em Illinois estão se mobilizando para uma greve geral da categoria. No último domingo, os operários rejeitaram o novo acordo trabalhista proposto pela mega fabricante de aeronaves, abrindo caminho para uma possível greve.
Os membros do sindicato metalúrgico enviaram uma mensagem clara: “A proposta da “Boeing Defense” fica aquém das prioridades e dos sacrifícios feitos por essa força de trabalho qualificada”, afirmou a Associação Internacional de Metalúrgicos e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) em um comunicado público. Se um acordo não for alcançado em sete dias, a Seção 837 da IAM poderá decretar greve.
A proposta da corporação incluía um aumento salarial de 20% ao longo de quatro anos e mais férias. A grande maioria dos 3.200 membros do sindicato que trabalham nas fábricas da Boeing em St. Louis, St. Charles, Missouri, e Mascoutah, Illinois, considerou que isso não atendia às suas necessidades nem lhes garantia um futuro.
Em março, o presidente Trump anunciou um novo contrato com a Boeing para uma nova geração de caças, o F-47, que substituirá o F-22, em serviço há cerca de vinte anos. O anúncio veio em um momento oportuno para a Boeing, que se encontra imersa em uma crise financeira profunda desde o ano passado devido a inúmeras panes e acidentes, além de uma greve de mais de cinquenta dias que paralisou suas duas principais fábricas.
O sindicato “IAM” representa aproximadamente 600.000 trabalhadores ativos e aposentados nos setores aeroespacial, de defesa, aviação, naval, ferroviário, de transporte, de saúde, automotivo e outros, nos Estados Unidos e Canadá.
A entrada em cena política da poderosa classe operária norte-americana poderá mudar toda a conjuntura geopolítico mundial. Os burocratas sindicais ligados ao Partido Democrata do ex-presidente Biden, estão fazendo todos os esforços possíveis para desmontar a potencialidade desta greve, não querem perder o controle político dos trabalhadores com sua tradicional plataforma Social Democrata de colaboração de classes. A esquerda revolucionária dos EUA, ou o pouco que restou dela, tem a tarefa prioritária de jogar todo seus esforços nesta mobilização estratégica do proletariado norte-americano