Ao justificar a elevação da taxa de importação sobre os produtos do Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e declarou ser “uma vergonha internacional o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal”. Com essa ação política combinada, Trump decidiu entrar com peso na campanha da reeleição de Lula, “punindo” o Brasil e elogiando um candidato que se alinha com a sua figura mais odiada no país. Após “castigar” a economia brasileira, Trump conseguiu até provocar sentimentos “nacionalistas” na famiglia Marinho, a escória burguesa mais entreguista e pró-imperialista da nação.

Para justificar seu “ataque comercial” contra o Brasil, Trump declarou que: “Tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”. Entretanto apesar da narrativa de Trump, o relacionamento comercial do Brasil com os Estados Unidos é marcado por predominância da economia imperialista norte-americana, segundo números da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na última segunda-feira, na cúpula dos BRICS realizada na cidade do Rio de Janeiro, Lula com sua tradicional demagogia população respondeu a Trump que: “A defesa da democracia no Brasil é uma questão dos brasileiros e que não aceitam interferência ou tutela de ninguém”. O presidente pelego só “esqueceu” de dizer que o Brasil é um paraíso mundial na remessa de lucros das corporações econômicas imperialistas para os EUA, e que sob o atual governo neoliberal da Frente Ampla os fluxos financeiros do país para o imperialismo cresceram cerca de 20 % apenas nos últimos dois anos.
Segundo a compilação de dados, oficiais, que teve início em 1997, mostra um saldo superavitário (mais exportações do que importações) de US$ 48,21 bilhões em favor dos EUA. Foram considerados 28 anos de comércio exterior. Ou seja se de fato as medidas trumpistas da “guerra comercial” contra o Brasil forem implementadas, mais além do estardalhaço midiático que via de regra sempre obriga Trump a voltar atrás, o maior prejudicado será os próprios EUA. Porém voltamos a alertar sobre o embuste lulopetista, o grosso dos valores monetários da relação econômica entre o Brasil e os Norte-americanos, encontram-se no campo financeiro, seja no mercado bursátil e cambial ou no rentismo dos títulos públicos.
Para os midiotas que navegam pela onda política do lulopetismo como se fossem “contra os privilégios dos ricos”, seria bom “esclarecer” que a pauta deficitária da balança comercial brasileira com os EUA tem como elemento principal a compra de gasolina e diesel vendidos pelas corporações imperialistas ianques a Petrobras. Parece inacreditável que com a grande produção de petróleo nacional, o governo Lula obrigue a Petrobras a comprar os derivados refinados de petróleo dos oligopólios norte-americanos. Esta operação comercial “obscura“ de importação pesa muito mais economicamente do que toda a exportação de suco de laranja brasileiro aos EUA, um dos principais itens que seriam mais afetados com a taxação trumpista de 50%.
Se Trump está colocando a “bola na marca do pênalti” para Lula fazer o “gol”, ou melhor dizendo se reeleger, não foi por ingenuidade do Departamento de Estado dos EUA. A Governança Global do Capital Financeiro tem na variante política da colaboração de classes lulopetista sua opção preferencial para melhor gerenciar a crise do Estado capitalista semicolonial brasileiro. Somente completos dementes mentais podem supor que as medidas antipáticas e antipopulares de Trump contra o Brasil (que muito provavelmente serão mais tarde revistas pela Casa Branca) podem beneficiar Bolsonaro…