A sentença da Suprema Corte que confirmou a condenação da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner e a impediu de concorrer a um cargo eletivo na província de Buenos Aires constitui um grave ato reacionário de proscrição política que deve ser condenado pela classe operária internacional. Um regime político bonapartista, que se baseia na ditadura do judiciário elimina os pilares mais básicos da própria democracia burguesa.
Entretanto a condenação de Cristina não é um fato isolado da Argentina, é produto da instauração de regimes bonapartistas em todo mundo, por iniciativa da Governança Global do Capital Financeiro, atingindo políticos neoliberais de todos os matizes ideológicos. No Brasil já foram alvos da ditadura do judiciário Lula e Bolsonaro, na França Marine Le Pen, e até Trump nos EUA está na mira dos togados.
O reacionário projeto estratégico de subtrair mundialmente as liberdades e garantias democráticas elementares dos povos nasceu no Fórum de Davos em meados dos anos 2000, a partir da compreensão dos grandes rentistas de que a lucratividade de seus negócios não poderiam ficar “reféns” nem da soberania popular e tampouco da decisão autônoma de governos nacionais.
O interessante é que a esquerda reformista ora apoia integralmente as diretrizes do regime bonapartista, tratando a ditadura do judiciário como sendo a “defesa do Estado de Direito”, ora se opõe as arbitrariedades dos reacionários togados. Tudo vai depender do foco das perseguições do Judiciário. No Brasil quando a “Lava Jato”, com a covarde conivência do STF, atacava Lula, afirmavam que “se tratava de um julgamento político arbitrário”, quando a sanha dos “justiceiros togados” se voltou contra Bolsonaro, dizem que é “a vitória da democracia”. Agora em Buenos Aires os apologistas das instituições do Estado capitalista se “revoltam” contra a proscrição da ex-presidente Cristina, enquanto em Brasília atingem o “orgasmo” quando o regime bonapartista pretende cassar Bolsonaro.
Os Marxistas Leninistas da LBI que desde o início da implantação global das ditaduras de toga se colocaram radicalmente contrários a ofensiva reacionária da eliminação das liberdades políticas e garantias democráticas, mantém uma posição de princípios, seja quem estiver no foco, diante dos farsantes julgamentos e decisões monocráticas dos aríetes “vestais“ do Deep State, fantasiados de “juízes imparciais” e supostamente “guardiões” do Estado Democrático.