Somente ao longo do mês de abril, o BC ainda não apresentou seu relatório do mês de maio, o volume total de juros pagos aos detentores dos títulos do Tesouro Nacional, leia-se rentistas internacionais, atingiu o montante de R$ 70 bilhões. Esse valor representa um gasto de R$ 3,3 bi por dia útil deste período. Um verdadeiro assalto aos recursos do Estado! Já no acumulado dos últimos 12 meses, a soma chegou a R$ 928 bi. Estes valores ilustram de maneira tragicamente didática a forma como os diferentes tipos de gastos são tratados pela lógica da austeridade fiscal primária adotada pelo governo burguês neoliberal de Lula. Agora a desculpa esfarrapada de culpar o bolsonarista Campos Neto já não cola mais, a Frente Ampla indicou o “banqueirinho” Galípolo para comandar o BC e o velho pelego presidente da república afirma que confia plenamente na política de juros altos do “filhote” de Milton Friedman, apesar dos “ruídos” do entorno lulopetista.
Em 2024, o total das despesas do Estado com juros atingiu o valor máximo de sua história, foram R$ 950 bi, quase um trilhão de Reais desembocamos no caixa dos Fundos Financeiros imperialistas, tipo “Black Rock”. A tendência atual da gestão do apadrinhado de Lula no BC é portanto que as cifras aumentem ainda mais em razão da elevação do estoque total do endividamento do governo federal e, também, pelo aumento da própria taxa SELIC ao longo do mesmo período.
Vamos lembrar que em abril de 2024, o estoque total da dívida pública interna era de R$ 6,4 trilhões. Já em abril deste ano, verificou-se uma elevação do mesmo para R$ 7,3 tri. Assim, houve um crescimento de 14% no total desta modalidade de dívida.
Um aspecto que merece destaque refere-se aos valores observados para o primeiro biênio da terceira gerência estatal neoliberal de Lula. Orientado pela obsessão recessiva do Ministro Hadddad no cumprimento ardoroso das metas de austeridade fiscal, a média do percentual de gastos com juros sobre o PIB de 2023 e 2024 foi de 6,5%. Esse indicador representa um valor 47% superior ao observado ao longo de todo o período. No primeiro ano o índice foi de 5,6% e no segundo ele subiu para impressionantes 7,3% do Produto.
A título de comparação, o resultado de 2015 foi 6,6%, o ano em que o estafeta dos banqueiros, Joaquim Levy, havia sido convidado por Dilma Roussef para comandar o Ministério da Fazenda e colocou em marcha um forte ajuste austericida que culminou com o golpe institucional de 2016.
Lula segue a mesma rota de imensa impopularidade nas camadas proletárias do país. O governo burguês da Frente Ampla só continua de pé em função do suporte político que recebe da Governança Global do Capital Financeiro, e os motivos da confiança dos rentistas em Lula são óbvios….